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Solidão...

 

Neste mar de solidão em que eu navego,

Por entre brumas que me dizem pouco,

Não sei se sonhador ou, se de tão louco,

Eis que, por fim, seguro porto enxergo...

 

Estranho, embora e na distância, o foco,

Traço indelével que rasga o meu destino,

Nesta longa e insana noite ecoa um hino,

No vislumbrar de coisas em que não toco...

 

De onde terás vindo voz, que mal ouvida,

Assim me dá este conforto, e tal guarida

A esta  nau atormentada e sem caminho?

 

No desenlaçar lento do acaso, se adivinho,

Por que rotas percorridas, quão sozinho,

Serás tu meu cais, meu porto de partida?

EGJore